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TFG - CENTRO CULTURAL ARTUR ALVIM

TFG - CENTRO CULTURAL ARTUR ALVIM
“Falamos de Cultura como eixo construtor de nossa identidade. Espaço de constituição da nossa cidadania, dimensão simbólica da existência social brasileira.” Gilberto Gil

INFORMAÇÕES TÉCNICAS
LOCALIZAÇÃO: Avenida Armação dos Búzios, Artur Alvim - SP
ZONEAMENTO: ZM (Zona Mista) 
ÁREA DO TERRENO: 10.430 m²
GABARITO: 28 m
RECUO FRONTAL: 5 m
RECUOS LATERAIS/FUNDO: 3 m
CA máximo: 2,00 (20.860 m²) CA utilizado: 1,97 (20.578,41 m²)
TAXA OCUPAÇÃO MÁXIMA: 70% (7.301 m²)
TAXA OCUPAÇÃO UTILIZADA: 36,19% (3.774,28 m²)
TAXA PERMEABILIDADE MÍNIMA: 25% (2.607,50 m²)
TAXA PERMEABILIDADE UTILIZADA: 25,95% (2.706,94 m²)

POR QUE UM CENTRO CULTURAL EM ARTUR ALVIM?
Conhecida como a “capital da cultura”, a cidade de São Paulo detém uma boa variedade de equipamentos culturais, lazer e espaços públicos. São muitos os museus, centros culturais, bibliotecas e teatros. Contudo, a distribuição não é igualitária. A maior parte dos equipamentos concentra-se na região central da cidade, dificultando ainda mais o acesso da população periférica. Portanto, regiões como zona norte e zona leste acabam sendo desfavorecidas. 
fontes: Cultura nas capitais: como 33 milhões de brasileiros consomem diversão e arte, João Leiva; Geosampa; Fundação SEADE.
Por meio de pesquisas, conclui-se que o centro cultural deveria ser uma extensão da escola pública, com equipamentos que a maioria dos jovens estudantes de escolas públicas não têm acesso, além de ser de fácil acesso, o mais próximo possível de transporte público para atingir um maior público, principalmente o de classe baixa, que por vezes não frequenta equipamentos culturais pela localização e falta de disponibilidade de tempo de deslocamento.
fontes: Emplasa; Geosampa.
Portanto, a partir de uma análise feita sobre a cidade e a zona leste, notou-se pela sua história e carência de centros culturais que Artur Alvim era um bom distrito a ganhar uma iniciativa cultural. Ao olhar detalhadamente o distrito, notou-se a grande quadra vazia e praticamente abandonada, ao lado da estação de metrô de Artur Alvim, perto também de uma avenida movimentada e comércios locais. Apesar de estar em um local de predominância residencial, o fato de garantir uma boa mobilidade, faz com que o terreno de mais de dez mil metros quadrados seja o ideal para garantir cultura e lazer para o distrito e também mais um ponto de encontro para a zona leste.
O TERRENO
O projeto deve ser, acima de tudo, acessível, de modo que não haja empecilhos para que qualquer pessoa possa usufruir das atividades que o centro oferece. E para aproveitá-lo por inteiro, os fluxos devem acontecer de tal maneira que o usuário tenha opções diversas de acesso, mas que no final, o convidará a percorrer por todo o edifício e seus arredores. Porém, o visitante deve sentir-se tentado a descobrir o edifício. Portando, o projeto deve ser permeável, não apenas no sentido do solo, mas visualmente. A cidade e o centro cultural devem comunicar-se interna e externamente.

Contudo, antes de pensar no edifício em si, é necessário trabalhar o terreno de modo que tenha mais acessos e acessibilidade e que também dialogue com o edifício. Originalmente, havia apenas duas entradas, sendo uma delas a continuação da avenida. A maior parte do terreno concentrava-se nas curvas 782 e 783, e não havia espaço para propor um edifício retilíneo que conversasse com a forma local. Como o local ocupa uma quadra inteira, é natural que seja estreito e comprido, contudo, sua maior parte é composta por morros e cercada por muros, acabando com a permeabilidade e diálogo com o pedestre, além do fato de as calçadas serem estreitas. Assim sendo, a primeira medida foi aumentar a calçada de modo que o trânsito seja confortável. Em seguida, as curvas foram ajustadas para serem criadas mais entradas, acabar com o “paredão” criado pelos muros, criar uma praça a nível da rua e deixar a maior parte do terreno planificado na curva 781.

ORIGINAL X UTILIZADO
PARTIDO
Em princípio, o edifício tinha um formato retangular e comprido, curvando-se em determinado momento para que ocupasse grande parte do terreno planificado na curva 781, deixando uma praça pequena à esquerda e uma avantajada à direita. Sem a criação de subsolos e respeitando os recuos e gabarito, era possível a construção de térreo mais cinco pavimentos, todos com um pé direito elevado.

 Contudo, levando em consideração a permeabilidade citada anteriormente e também a leveza buscada, um edifício estreito e comprido com praças nas laterais não era viável. Portanto, a solução foi dividi-lo em dois blocos e ajustar seus tamanhos para que futuramente fosse encaixada uma estrutura que obedecesse um padrão de eixos.
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Ao dividi-lo, houve a necessidade de criar conexões entre eles. Por isso, a partir do primeiro pavimento, passarelas serão construídas de modo que obedeçam a necessidade de cada pavimento conforme o programa, onde como resultado final, será um emaranhado de retas, visto como uma espécie de “teia” ao olhar-se de baixo.

Por consequência, agora há três praças ao nível do térreo. Contudo, para aproveitar mais o espaço que o terreno oferece, dois subsolos foram criados, sendo o primeiro deles ao nível da praça na Avenida Armação dos Búzios. Entretanto, os dois blocos completamente retos não estavam trazendo o impacto necessário para chamar a atenção de quem passasse por ali. Por isso, no primeiro bloco foi esticada uma parte para que, além de futuramente criar-se um terraço, fosse possível garantir sombra para parte da praça ao nível da rua. E para se ter um certo equilíbrio, parte do segundo bloco foi retirada para ser criado um segundo terraço. Por fim, para aproveitar o grande espaço da cobertura, também será utilizada para atividades. 
Para garantir a permeabilidade visual, conexão entre interno e externo e luz natural, a partir do primeiro pavimento, todas as paredes laterais serão encaixilhadas, sendo cobertas por brises de acordo com a funcionalidade de cada pavimento, além de um átrio no primeiro bloco para criar diferentes caminhos e visões do projeto. Só não terá brises em uma parte do edifício para garantir uma vista da cidade.

Portanto, a partir da forma final foi possível atender todas as condicionantes citadas anteriormente. Serão criados quatro acessos diferentes e as laterais de ambos os blocos terão entradas, assim permitirá um fluxo sobre todo o edifício e terreno. Árvores serão plantadas por toda área permeável, principalmente ao lado da linha do metrô/trem.
IMPLANTAÇÃO
PROGRAMA
O Centro Cultural Artur Alvim teve seu programa desenvolvido para agregar lazer e cultura ao distrito, mas para ser uma extensão escolar, visto que na maioria das escolas públicas não são oferecidas atividades diversificadas. Sua distribuição ao longo dos mais de 20.000 m² de área construída, foi pensada para ser separada por andares misturando usos parecidos e separando os que precisam de mais privacidade. Sua circulação se dá pela linearidade, passando por ambos os blocos pelas conexões feitas pelas passarelas e também, pela circulação vertical garantida pelos elevadores e escadas localizados no meio de ambos os blocos.
ESTRUTURA
O sistema estrutural organiza-se com vãos de 9 m e 15 m em longitudinal e vãos de 6,5 m e 8,5 m em transversal. Com excessão à parte do núcleo rígido, onde os vãos possuem 12,75 m e 14,75 m. 
Os pilares metálicos possuem 50x50 cm e são acompanhados por vigas, também metálicas, de 50x60 cm (longitudinal), de 50x35 cm (transversal e encontro com pilares), de 20x35 cm (transversal). Com exceção para as vigas do núcleo rígido, que possuem 50x51 cm.


Para as passarelas são utilizadas vigas de 40x80 cm com travamentos a cada dois metros. Para as vigas que vão de encontro com as passarelas, essas possuem 50x80 cm.
Por ter um sistema de vigas a cada 3 m, optou-se por uma laje de concreto simples e maciça de 10 cm de espessura.

A caixilharia utilizada no projeto varia entre fixa e móvel. Na parte de exposições, mais a frente no primeiro bloco, é usado um caixilho fixo e com ausência de brises, pois é uma área de contemplação onde os visitantes podem aproveitar a vista que o distrito oferece. No restante do projeto, os caixilhos são móveis para garantir a circulação de ar, visto que o edifício possui salas dos mais variados usos.
Para garantir o controle solar e privacidade, o projeto optou por utilizar brises Stripscreen Hunter Douglas de lâminas metálicas, fixos em uma viga de 60x20 cm, a frente do edifício. Os brises são colocados de forma paralela ou inclinada, para dar mais movimento à fachada. Também alteram de tamanho, dependendo do pé direito, e quantidade, dependendo do programa. 

PLANTAS
CORTES
ELEVAÇÕES
IMAGENS DO PROJETO
ÁREA DE LEITURA
ÁREA DE EXPOSIÇÃO PARA ARTISTAS DA ZONA LESTE 
ARTE CONCEDIDA PELA ARTISTA NAZURA
COBERTURA PARA LAZER
PRAÇA PARA O SUBSOLO
VISTA POSTERIOR
ORIENTADOR: ANDRÉ LUIZ TURA NUNES
TFG - CENTRO CULTURAL ARTUR ALVIM
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Owner

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